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A nova regra dos oito segundos, implementada pela International Football Association Board (IFAB) e adotada pela CBF no Campeonato Brasileiro, já causou impacto na Série C.
No último domingo (13), o Caxias do Sul venceu o Floresta-CE por 1 a 0, com um gol originado diretamente da nova norma. O lance ocorreu aos 34 minutos do segundo tempo, quando o goleiro Dalton, do Floresta, segurou a bola por mais de oito segundos e foi punido com um escanteio para o adversário.
O lance polêmico
A partida entre Caxias e Floresta, válida pela primeira rodada da Série C, estava empatada até que o árbitro Luiz Augusto Tisne aplicou a nova regra. Dalton, goleiro do Floresta, demorou para repor a bola em jogo e ultrapassou o limite de oito segundos estipulado pela IFAB. Com isso, o Caxias ganhou um escanteio, que resultou no gol da vitória marcado por Willen Mota.
O lance gerou grande repercussão, pois foi a primeira vez que a regra influenciou diretamente o placar de um jogo no Brasil. A norma foi criada para evitar a chamada “cera” dos goleiros, que muitas vezes retardam a reposição da bola para ganhar tempo. Agora, caso um goleiro ultrapasse o tempo permitido, o adversário recebe um escanteio ao invés de um tiro livre indireto.
Reação dos goleiros e clubes
A nova regra não foi bem recebida pelos goleiros, que alegam que a contagem pode ser subjetiva e prejudicar o andamento do jogo. Dalton, protagonista do lance, criticou a decisão da arbitragem e afirmou que não teve tempo suficiente para perceber que estava ultrapassando o limite.
“É complicado, porque a gente está acostumado com um ritmo diferente. Agora, qualquer segundo a mais pode custar um gol”, declarou o goleiro do Floresta.
Outros goleiros da Série C também se manifestaram contra a regra, alegando que a mudança pode gerar injustiças e afetar o desempenho das equipes. O técnico do Caxias, por outro lado, defendeu a aplicação da norma e afirmou que os jogadores precisam se adaptar às novas diretrizes do futebol.
Impacto da regra no futebol brasileiro
A regra dos oito segundos já havia sido aplicada em outras competições, como a Libertadores e a Sul-Americana, mas nunca havia resultado diretamente em um gol. A CBF adotou a norma para todas as divisões do Campeonato Brasileiro, incluindo a Série A, B e C, além da Copa do Brasil.
Especialistas acreditam que a mudança pode acelerar o ritmo das partidas e reduzir a prática de cera, mas alertam para possíveis polêmicas envolvendo a interpretação dos árbitros. A orientação oficial é que os juízes contem mentalmente os primeiros três segundos e, em seguida, iniciem uma contagem visual com a mão erguida para os últimos cinco segundos.
O que esperar dos próximos jogos?
Com a aplicação da regra dos oito segundos, os goleiros precisarão se adaptar rapidamente para evitar punições. A tendência é que os treinadores passem a orientar seus jogadores a repor a bola com mais agilidade, evitando que o adversário ganhe escanteios de forma inesperada.
A repercussão do lance entre Caxias e Floresta pode levar a novas discussões sobre a regra e sua implementação no futebol brasileiro. Caso mais gols sejam originados dessa norma, a CBF pode ser pressionada a revisar sua aplicação ou ajustar os critérios de marcação.
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