Carregando agora

Procuradoria do STJD recebe inquérito contra Bruno Henrique, do Flamengo

Reprodução/Flamengo

Compartilhe

A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) recebeu oficialmente o inquérito que investiga o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por suposta participação em um esquema de manipulação de resultados. O documento, finalizado na última sexta-feira (6 de junho), foi encaminhado ao procurador Eduardo Ximenes, que terá até 60 dias para decidir se apresentará denúncia formal contra o jogador ou se arquivará o caso.

Entenda o caso: suspeita de manipulação e cartão amarelo intencional

A investigação teve início após a Polícia Federal identificar indícios de que Bruno Henrique teria forçado um cartão amarelo de forma deliberada durante a partida entre Flamengo e Santos, válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023. A suspeita é de que a ação teria beneficiado apostadores em esquemas ilegais de apostas esportivas.

Além do jogador, outras 10 pessoas são investigadas, incluindo seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, sua esposa e uma prima. Segundo o inquérito, esse grupo teria realizado apostas no chamado “mercado de cartões”, lucrando com a advertência recebida por Bruno Henrique.

Depoimento e defesa do jogador

Bruno Henrique prestou depoimento ao STJD em 29 de maio, por videoconferência, e negou qualquer envolvimento em manipulação de resultados. Sua defesa, liderada pelo advogado Ricardo Pieri Nunes, argumenta que forçar um cartão amarelo não configura crime, sendo uma prática comum no futebol, muitas vezes utilizada como estratégia tática por jogadores e treinadores.

O advogado também entrou com um pedido de arquivamento do inquérito na 7ª Vara Criminal de Brasília, que ainda será analisado. Caso o pedido seja negado, o processo poderá seguir para o Ministério Público, que decidirá se oferece denúncia na esfera criminal.

Possíveis punições e implicações jurídicas

Na esfera esportiva, Bruno Henrique foi indiciado com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes em competições esportivas. A pena prevista é de dois a seis anos de reclusão, além de multa. Ele também pode responder por estelionato, cuja pena varia de um a cinco anos de prisão.

Apesar da gravidade das acusações, o STJD não solicitou suspensão preventiva, o que permite que o atacante continue atuando normalmente pelo Flamengo enquanto o caso é analisado.

Flamengo acompanha o caso e mantém atleta no elenco

O Flamengo acompanha de perto o desenrolar da investigação e, até o momento, não afastou o jogador. A diretoria do clube afirma que dará suporte jurídico ao atleta e colaborará com as autoridades competentes. Bruno Henrique, inclusive, está relacionado para os próximos compromissos do time, incluindo a Copa do Mundo de Clubes da FIFA, nos Estados Unidos.

Próximos passos e expectativa de desfecho

Com o inquérito em mãos, a Procuradoria do STJD analisará as provas e os depoimentos colhidos para decidir se há elementos suficientes para transformar o caso em denúncia formal. Embora o prazo legal seja de 60 dias, fontes ligadas ao tribunal indicam que uma definição pode ocorrer antes do prazo final, dada a repercussão do caso e o envolvimento de múltiplos investigados.

Repercussão

O caso de Bruno Henrique reacende o debate sobre a integridade esportiva e o impacto das apostas esportivas no futebol nacional. A investigação da Polícia Federal é parte de uma ofensiva mais ampla contra esquemas de manipulação de resultados, que já envolveu outros atletas e clubes nos últimos anos.

Publicar comentário