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A Polícia Civil de São Paulo identificou movimentações bancárias consideradas suspeitas na conta pessoal de Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians. Entre dezembro de 2023 e abril de 2024, foram realizados depósitos em espécie que somaram R$ 152.070, sempre em valores inferiores a R$ 2 mil. Segundo o relatório, a prática pode indicar uma estratégia para driblar o rastreamento bancário estabelecido pelo Banco Central.
Depósitos fracionados e investigação policial
O relatório policial aponta que os depósitos ocorreram em um período crítico, logo após a eleição de Augusto Melo e nos primeiros meses de sua gestão no Corinthians. A prática de fracionamento dos valores pode ter sido utilizada para evitar a identificação dos depositantes, já que depósitos acima de R$ 2 mil exigem registro obrigatório.
Os investigadores também identificaram que, após os depósitos em espécie, ocorreram transferências subsequentes via PIX, que podem ter sido utilizadas para mascarar a identidade dos responsáveis pelos depósitos.
Ligação com o Caso VaideBet
A investigação policial vincula o mesmo modus operandi dos depósitos em espécie ao esquema investigado no contrato de patrocínio com a VaideBet, que resultou no indiciamento de Augusto Melo por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado.
O contrato de patrocínio, que previa um total de R$ 360 milhões ao longo de três anos, teria sido intermediado por uma empresa fantasma chamada Neoway, com repasses suspeitos a entidades ligadas ao crime organizado.
Defesa de Augusto Melo
Em sua defesa, Augusto Melo afirmou que todos os valores recebidos em espécie são oriundos de seu comércio e de um estacionamento de sua propriedade. Segundo ele, as retiradas em dinheiro vivo fazem parte do pró-labore dele e de seus sócios.
“Todas as minhas transações bancárias foram entregues à Polícia para investigação por minha vontade. Os valores constam em minha declaração de Imposto de Renda e minha vida financeira está regularizada”, declarou Melo.
Próximos passos da investigação
A Polícia Civil segue analisando os extratos bancários e pode abrir um novo inquérito para aprofundar as investigações sobre a origem dos depósitos. Além de Augusto Melo, outros ex-dirigentes do Corinthians, como Marcelo Mariano e Sérgio Moura, também são investigados por participação no esquema.
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