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Polícia conclui que não houve ato racista em arremesso de banana no jogo entre Inter e Sport

Foto: Reprodução/TV Brasil

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu, nesta quarta-feira (23), o inquérito sobre o caso do arremesso de uma banana no campo durante a partida entre Internacional e Sport, válida pela Série A1 do Campeonato Brasileiro Feminino, realizada no dia 31 de março, no SESC Protásio Alves, em Porto Alegre.

Após investigação detalhada, a delegada Tatiana Bastos, da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), afirmou que “não houve dolo discriminatório por parte da investigada”, afastando a tipificação de crime de racismo.

O caso e a investigação

O episódio ocorreu nos minutos finais do jogo, que terminou empatado em 2 a 2. Uma jovem de 18 anos, ex-jogadora da base do Internacional, foi identificada como autora do arremesso de um copo plástico contendo uma casca de banana em direção ao banco de reservas do Sport. Segundo depoimento da investigada, o ato foi motivado por irritação com o gol de empate do adversário e não teve intenção discriminatória. A jovem alegou que não percebeu a presença da casca de banana no copo, que havia sido descartado por outra pessoa.

A investigação incluiu depoimentos de atletas do Sport, que afirmaram não ter ouvido xingamentos ou insultos de cunho racista durante o jogo. Imagens de câmeras de segurança também foram analisadas e confirmaram que o copo caiu entre as cadeiras, enquanto a casca de banana seguiu até o entorno do banco de reservas da equipe pernambucana.

Conclusão do inquérito

Com base nas evidências, a Polícia Civil concluiu que não houve crime de racismo ou injúria racial. No entanto, a conduta da ex-jogadora foi enquadrada como crime de causar tumulto durante evento esportivo, previsto na Lei Geral do Esporte.

A justificativa para a tipificação foi o impacto do ato, que gerou mobilização de jogadoras, arbitragem e seguranças no local. A pena para esse tipo de crime pode variar de um a dois anos de detenção.

Repercussão e medidas tomadas

O Internacional rescindiu o contrato de formação da jovem no mesmo dia do ocorrido, alegando que a decisão foi baseada em elementos que não guardam relação definitiva com os fatos investigados. Em nota oficial, o clube afirmou que os processos estão tramitando no âmbito policial e no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), onde fará as manifestações pertinentes para o esclarecimento final do caso.

Por sua vez, o Sport preferiu não se pronunciar sobre o encerramento do inquérito. O episódio gerou debates sobre intolerância e comportamento em eventos esportivos, reforçando a necessidade de ações educativas e preventivas para evitar situações semelhantes no futuro.

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