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O atacante Bruno Henrique, um dos principais jogadores do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de envolvimento em um esquema de manipulação de apostas esportivas. A investigação aponta que o atleta teria forçado um cartão amarelo durante uma partida contra o Santos, válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023, para beneficiar apostadores, incluindo familiares e amigos próximos.
O caso, que vinha sendo apurado desde novembro de 2024, ganhou novos desdobramentos nesta semana, com o indiciamento de Bruno Henrique e outras nove pessoas.
O caso e as evidências
De acordo com a PF, o esquema foi descoberto após operadores de apostas identificarem movimentações financeiras atípicas relacionadas ao cartão amarelo recebido por Bruno Henrique no jogo contra o Santos.
Na ocasião, o atacante foi advertido nos acréscimos do segundo tempo, após cometer uma falta em Soteldo, quando o Flamengo já perdia por 2 a 1. O volume de apostas direcionadas ao cartão amarelo do jogador chamou a atenção, com uma das casas de apostas relatando que 98% das apostas de cartões naquela partida estavam vinculadas ao nome de Bruno Henrique.
As investigações revelaram trocas de mensagens entre o jogador e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que também foi indiciado. Nos diálogos, Bruno Henrique teria informado a data em que receberia o cartão amarelo, permitindo que os envolvidos realizassem apostas com alto índice de acerto.
Além disso, a PF apreendeu o celular de Wander, onde foram encontradas conversas que reforçam a suspeita de manipulação.
Envolvimento de familiares e amigos
O esquema envolvia dois núcleos de apostadores. O primeiro era composto por familiares de Bruno Henrique, incluindo seu irmão Wander, sua cunhada Ludymilla Araújo Lima e sua prima Poliana Ester Nunes Cardoso.
O segundo núcleo era formado por amigos próximos de Wander. As apostas realizadas por esses grupos geraram lucros significativos, com retornos financeiros expressivos em diferentes plataformas de apostas.
A PF também destacou que parte das mensagens analisadas no celular de Wander indicava a intenção de realizar transferências financeiras de valores elevados, o que reforça a hipótese de que os ganhos foram distribuídos entre os participantes do esquema.
Consequências legais e esportivas
Bruno Henrique foi indiciado com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes em competições esportivas, e por estelionato. As penas previstas variam de dois a seis anos de reclusão para fraude esportiva e de um a cinco anos para estelionato. Os demais envolvidos também foram indiciados por estelionato.
O Flamengo, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Em novembro de 2024, durante a operação de busca e apreensão realizada pela PF, o clube optou por não afastar o jogador, que continuou atuando normalmente. Bruno Henrique, que já havia negado as acusações em entrevistas anteriores, ainda não se pronunciou sobre o indiciamento.
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