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O Corinthians vive um momento de turbulência política e financeira. Após o impeachment de Augusto Melo, o novo presidente interino, Osmar Stabile, concedeu sua primeira entrevista coletiva nesta terça-feira (27 de maio), no Parque São Jorge, e revelou a gravidade da situação do clube. Com uma dívida estimada em R$ 2,5 bilhões, Stábile classificou o cenário como “terra arrasada” e pediu união entre os diferentes grupos políticos para reconstruir o clube.
Crise financeira e dívida bilionária
Durante a coletiva, Stábile destacou que o Corinthians enfrenta uma crise financeira sem precedentes. Segundo ele, o clube precisa pagar diversas dívidas imediatas, mas não tem dinheiro em caixa.
“Primeiro a gente começa pela questão financeira, o jurídico e a administração. Terra arrasada é porque temos que pagar alguma coisa e não tem dinheiro. Onde está o dinheiro? Não tem. Temos que correr atrás para conseguir. Temos que mudar essa situação, não temos uma varinha de condão para mudar de imediato. Precisamos de trabalho e dedicação para resolver esses problemas”, afirmou o dirigente.
Risco de exclusão do Profut
Outro ponto preocupante levantado por Stábile foi o risco real de o Corinthians ser excluído do Profut, programa de refinanciamento de dívidas dos clubes brasileiros. Caso isso aconteça, o Timão perderá a possibilidade de renegociar seus débitos com o governo e poderá sofrer sanções severas, incluindo a impossibilidade de disputar competições oficiais.
Pedido de trégua política
Sabendo da possibilidade de uma nova eleição em até 60 dias, Stábile pediu uma trégua política entre os conselheiros e dirigentes do clube.
“Gostaria de pedir aqui uma trégua política para todas as linhas políticas de dentro do Corinthians. Entendam que o momento é de ajuda. Não é momento de ficar buscando críticas, querendo mudar a situação, não dá. É momento agora de uma trégua, a gente pede inclusive para a imprensa também, de modo geral, que nos ajude neste momento”, declarou.
Permanência de Fabinho Soldado e mudanças na diretoria
O novo presidente interino garantiu a permanência de Fabinho Soldado, executivo de futebol do clube, e afirmou que a comissão técnica de Dorival Júnior terá total respaldo para seguir seu trabalho.
“Já conversei com o Fabinho Soldado, passando a mensagem de tranquilidade para continuar suas funções. A comissão técnica terá todo o meu apoio e do meu vice-presidente Armando Mendonça”, disse Stábile.
Além disso, ele confirmou que todos os diretores estatutários da gestão de Augusto Melo foram afastados, mas que o departamento de futebol seguirá com estabilidade.
Próximos passos e assembleia geral
O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., terá até cinco dias para convocar a assembleia-geral dos associados, que decidirá se o impeachment de Augusto Melo será ratificado ou revertido. Caso os sócios confirmem a destituição, uma nova eleição será realizada entre os conselheiros para definir quem cumprirá o restante do mandato até 2026.
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