Compartilhe
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, está no centro de uma investigação que pode resultar em sua denúncia formal pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) nas próximas semanas. O jogador foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por supostamente forçar um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2023, para beneficiar apostadores. O caso, que envolve familiares e amigos próximos do atleta, é considerado um dos mais emblemáticos no crescente mercado de apostas esportivas no Brasil.
O caso e as evidências
A investigação da PF revelou que Bruno Henrique teria informado previamente a familiares e amigos sobre sua intenção de receber um cartão amarelo na partida contra o Santos, realizada em Brasília. O objetivo seria permitir que os envolvidos realizassem apostas direcionadas, garantindo lucros significativos. Casas de apostas relataram movimentações financeiras atípicas, com mais de 95% das apostas relacionadas a cartões amarelos naquela partida concentradas no nome do jogador.
Entre as provas apresentadas pela PF estão trocas de mensagens entre Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que também foi indiciado. Nos diálogos, o atacante teria detalhado o momento em que receberia o cartão, permitindo que os apostadores se preparassem. Além de Wander, a investigação aponta o envolvimento de Ludymilla Araújo Lima, cunhada do jogador, e Poliana Ester Nunes Cardoso, sua prima, que também realizaram apostas.
A posição do Ministério Público
Com base no relatório de 84 páginas apresentado pela PF, o MPDFT planeja formalizar a denúncia contra Bruno Henrique até o final de abril ou início de maio. O jogador foi indiciado com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que prevê pena de dois a seis anos de reclusão para quem fraudar, por qualquer meio, o resultado de competições esportivas. Além disso, ele também pode responder por estelionato, cuja pena varia de um a cinco anos de prisão.
O MP não considera a possibilidade de oferecer um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) ao jogador, uma vez que os crimes atribuídos a ele não se enquadram nos critérios legais para tal benefício. A denúncia será analisada pela Justiça do Distrito Federal, que decidirá se Bruno Henrique será transformado em réu.
Repercussão e impacto no futebol
O caso gerou grande repercussão no cenário esportivo, levantando debates sobre a influência das apostas esportivas no futebol brasileiro. A manipulação de resultados é uma preocupação crescente, especialmente com a expansão do mercado de apostas no país. O episódio envolvendo Bruno Henrique destaca a necessidade de maior fiscalização e regulamentação para evitar práticas que comprometam a integridade das competições.
Além das consequências legais, o caso também pode impactar a carreira do jogador e a imagem do Flamengo. Apesar do indiciamento, o clube carioca optou por manter Bruno Henrique em sua rotina normal de treinos e jogos, defendendo o princípio da presunção de inocência.
Publicar comentário