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A deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ) protocolou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando o afastamento imediato do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues. A parlamentar questiona a legalidade do acordo que garantiu a permanência do dirigente no cargo e aponta indícios de fraude na assinatura de um dos documentos que validaram sua eleição.
Motivação do pedido e suposta fraude
O pedido de afastamento tem como base um laudo pericial que contesta a autenticidade da assinatura do ex-presidente da CBF, Coronel Nunes, no acordo homologado pelo STF em fevereiro de 2025. Segundo a deputada, o documento foi assinado sem o consentimento pleno de Nunes, que, à época, já apresentava déficit cognitivo e não teria condições de validar juridicamente o acordo.
A petição argumenta que a assinatura pode ter sido falsificada ou realizada sem plena consciência, o que configuraria um vício de consentimento, tornando o acordo inválido. O documento cita o artigo 168 do Código Civil, que permite a anulação de negócios jurídicos quando há indícios de irregularidade.
Reação da CBF e possíveis consequências
A CBF se manifestou sobre o caso, afirmando que não teve acesso formal ao laudo pericial e classificando a ação como uma tentativa de espetacularização midiática. A entidade reforçou que todos os atos relacionados ao acordo foram conduzidos dentro da legalidade, com a participação de representantes legitimados.
Caso o STF acate o pedido da deputada, Ednaldo Rodrigues pode ser afastado temporariamente até que a investigação seja concluída. Além disso, a revisão do acordo pode impactar diretamente a gestão da CBF, colocando em xeque a validade da eleição de 2022, que garantiu a permanência do dirigente no cargo até 2030.
Histórico de controvérsias na CBF
Ednaldo Rodrigues assumiu a presidência da CBF em 2021, após a destituição de Rogério Caboclo, envolvido em denúncias de assédio moral e sexual. Desde então, sua gestão tem sido marcada por disputas jurídicas e questionamentos sobre a transparência no comando da entidade.
Em dezembro de 2023, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anulou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a CBF e o Ministério Público, que havia garantido a permanência de Ednaldo no cargo. No entanto, em janeiro de 2024, o ministro Gilmar Mendes concedeu uma liminar permitindo seu retorno à presidência.
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