Compartilhe
O Corinthians está prestes a tomar uma das decisões mais impactantes de sua história recente fora das quatro linhas: escolher entre Adidas e Nike como fornecedora de material esportivo para os próximos anos. A diretoria, agora sob comando interino de Osmar Stabile, tem até o fim desta semana para responder à proposta da Adidas, enquanto aguarda uma contraproposta oficial da Nike, atual parceira desde 2003.
Adidas: proposta agressiva e luvas milionárias

A marca alemã apresentou uma proposta que gira entre R$ 80 milhões e R$ 85 milhões por ano, incluindo luvas e bônus de performance. A negociação foi iniciada ainda na gestão de Augusto Melo, mas ganhou força com a nova diretoria, que vê na Adidas uma oportunidade de reposicionamento de marca e maior presença internacional.
Entre os trunfos da Adidas estão:
- Maior rede de distribuição global;
- Interesse em investir em coleções exclusivas e licenciamento de produtos;
- Disposição para assumir eventuais custos jurídicos em caso de litígio com a Nike.
Nike: contrato vigente e cláusula polêmica

A Nike, por sua vez, ainda não formalizou uma nova proposta, mas sinalizou verbalmente que pode superar os valores da concorrente. O grande trunfo da empresa norte-americana é jurídico: em 2024, ela acionou uma cláusula de renovação automática até 2029, o que, segundo o clube, foi feito sem anuência da diretoria e por meio da distribuidora Fisia, não da matriz.
A diretoria atual contesta a validade dessa renovação e acredita estar protegida judicialmente para trocar de fornecedora. No entanto, há o risco de a Nike acionar o clube na Justiça, o que levou o Corinthians a considerar incluir no novo contrato uma cláusula que obrigue a futura parceira a cobrir eventuais custos legais.
Fatores além do dinheiro: política, marketing e torcida
A escolha vai além das cifras. Internamente, há divergências políticas entre conselheiros e dirigentes sobre qual marca representa melhor os interesses do clube. A insatisfação com a Nike é antiga, especialmente pela distribuição limitada de uniformes e atrasos no fornecimento a lojistas, o que impacta diretamente a receita com vendas.
Já a Adidas promete maior agilidade logística e lançamentos mais frequentes, além de explorar melhor o potencial comercial da marca Corinthians.
Próximos passos
O presidente Osmar Stabile já acionou o Conselho de Orientação (Cori) para avaliar os termos e dar agilidade ao processo. A expectativa é que a decisão seja anunciada ainda nesta semana, com impacto direto na temporada 2026 e nos uniformes que serão usados no Brasileirão, Copa do Brasil e possíveis competições internacionais.
Publicar comentário