Rodrigo Coca/Agência Corinthians
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A crise política no Corinthians atingiu um novo patamar nesta terça-feira (6), quando a Comissão de Justiça do Conselho Deliberativo protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Augusto Melo. O grupo argumenta que houve gestão temerária no clube e solicita o afastamento imediato do dirigente, com base na Lei Geral do Esporte.
Motivos do pedido de impeachment
O documento entregue ao presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, cita a reprovação das contas de 2024, que apontaram um déficit de R$ 181 milhões e um aumento do endividamento bruto do clube, que chegou a R$ 829 milhões. Além disso, a Comissão de Justiça destaca irregularidades em contratos firmados pela gestão de Augusto Melo, incluindo a parceria com a Ernst & Young e a negociação com o atacante Memphis Depay, ambas sem transparência suficiente.
O pedido de impeachment se baseia no Artigo 106 do Estatuto do Corinthians, que prevê a destituição do presidente por gestão irregular ou temerária. A Comissão de Justiça argumenta que, segundo a Lei Geral do Esporte, o afastamento pode ocorrer de forma imediata, sem necessidade de votação no Conselho.
Reação de Augusto Melo e próximos passos
Augusto Melo enfrenta um cenário delicado, já que este é o quarto pedido de impeachment contra ele desde que assumiu a presidência do Corinthians. O primeiro foi protocolado em setembro de 2024, relacionado ao caso Vai de Bet, enquanto o segundo e o terceiro pedidos foram motivados pela falta de transparência nas finanças do clube.
O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, pode optar por seguir o estatuto do clube e encaminhar o pedido para a Comissão de Ética, permitindo que Augusto Melo apresente sua defesa antes de uma votação definitiva. No entanto, se decidir seguir a Lei Geral do Esporte, o afastamento pode ocorrer de forma imediata, sem necessidade de consulta aos conselheiros.
Impacto no clube e possível substituição
Caso Augusto Melo seja afastado, o Corinthians pode passar por uma reformulação administrativa, com um novo presidente assumindo interinamente até que novas eleições sejam convocadas. A crise política no clube tem afetado diretamente a gestão do futebol, com dificuldades na contratação de reforços e na negociação de patrocínios.
Nos bastidores, especula-se que a diretoria tenta um acordo comercial milionário com a Adidas, que poderia substituir a Nike como fornecedora de material esportivo a partir de 2026. No entanto, a incerteza sobre a permanência de Augusto Melo pode dificultar a concretização do negócio.
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