Compartilhe
A Polícia Civil de Goiás, em parceria com a Polícia Civil da Paraíba, deflagrou nesta quarta-feira, 9 de abril, a operação “Jogada Marcada”, que resultou na prisão do ex-árbitro D’Guerro Batista Xavier, de 46 anos, em João Pessoa.
O ex-árbitro é acusado de participar de um esquema de manipulação de resultados em partidas da Série B do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Angolano.
A operação, que também cumpriu mandados em outros cinco estados, busca desarticular uma organização criminosa que teria movimentado milhões de reais em apostas esportivas.
A operação “Jogada Marcada”
A investigação, conduzida pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de Goiás, aponta que o esquema era composto por três núcleos principais: financiadores, responsáveis pelo aporte financeiro; intermediários, que aliciavam profissionais do futebol; e executores, incluindo árbitros, jogadores e dirigentes. D’Guerro Xavier, que já havia sido afastado da arbitragem profissional após a Operação Cartola em 2018, é suspeito de atuar como intermediário e executor no esquema.
A operação cumpriu sete mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão em estados como Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraíba e Pernambuco. Em João Pessoa, a prisão de D’Guerro ocorreu em sua residência, no bairro Funcionários II. Ele negou envolvimento nos crimes e afirmou desconhecer os motivos de sua prisão.
Histórico de D’Guerro Xavier
D’Guerro já havia sido investigado na Operação Cartola, que apurou fraudes no futebol paraibano entre 2011 e 2018. Apesar de afastado dos quadros oficiais da arbitragem, ele continuava atuando em competições amadoras e mantinha contatos no meio esportivo. Segundo a polícia, o ex-árbitro fazia parte de um grupo conhecido como “Árbitros da Propina”, que manipulava resultados para beneficiar apostadores.
Esquema de manipulação e impacto financeiro
As investigações revelaram que o esquema movimentou pelo menos R$ 11 milhões, com transações bancárias envolvendo jogadores de diversos estados e clubes internacionais. As manipulações incluíam ações como cartões amarelos e vermelhos, pênaltis e resultados parciais ou finais das partidas.
A denúncia partiu de um presidente de clube do Campeonato Goiano, que relatou ter sido alvo de propostas ilícitas.
Repercussão no futebol brasileiro
O caso reacende o debate sobre a integridade no futebol brasileiro e a vulnerabilidade das competições a esquemas de manipulação.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Paraibana de Futebol ainda não se manifestaram oficialmente sobre a prisão de D’Guerro Xavier. Especialistas destacam a necessidade de maior fiscalização e punições severas para coibir práticas ilícitas no esporte.
Próximos passos
D’Guerro Xavier permanecerá preso por até cinco dias na Central de Polícia Civil de João Pessoa, prazo previsto para a prisão temporária. Caso surjam novos elementos na investigação, a polícia poderá solicitar a conversão da prisão para preventiva. As informações colhidas serão enviadas à equipe de investigação em Goiás, que segue apurando a extensão do esquema.
Publicar comentário