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Conmebol reúne governo e associações para debater racismo no futebol

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A Conmebol realizou uma reunião em sua sede, localizada em Luque, Paraguai, nesta quinta-feira, 27 de março de 2025, para debater os casos recorrentes de racismo nos estádios de futebol sul-americano. O encontro contou com a presença de autoridades governamentais e representantes das associações dos dez países que compõem a confederação.

A iniciativa ocorre em meio à pressão do Brasil por punições mais severas contra as manifestações racistas no futebol.

Contexto e motivação

O episódio que desencadeou a reunião foi o caso de racismo envolvendo o atacante Luighi, do Palmeiras, durante uma partida da Libertadores Sub-20, no início de março, no Paraguai. Um torcedor do Cerro Porteño fez ataques racistas ao jogador, que chorou ao relatar o ocorrido. A Conmebol aplicou uma multa de US$50 mil (aproximadamente R$286.810,00) ao clube paraguaio e determinou que os jogos restantes da equipe na competição fossem realizados com portões fechados.

No entanto, as punições foram consideradas brandas por clubes brasileiros e pela presidente do Palmeiras, Leila Pereira, que chegou a sugerir um boicote à Conmebol.

Repercussão e declarações

Durante o sorteio dos grupos da Libertadores e da Sul-Americana, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, admitiu que as sanções previstas nos regulamentos da entidade não eram suficientes e anunciou a convocação da reunião. No mesmo evento, Domínguez fez uma declaração polêmica ao comparar a ausência de clubes brasileiros na Libertadores a “Tarzan sem Chita”, o que gerou forte reação de clubes brasileiros, da CBF e do Governo Federal. Em nota conjunta, os Ministérios do Esporte, da Igualdade Racial e das Relações Exteriores repudiaram a fala do dirigente.

Objetivos da reunião

A reunião teve como objetivo discutir medidas concretas para combater o racismo, a discriminação e a violência no futebol sul-americano. A Conmebol busca promover um ambiente mais inclusivo e seguro, tanto dentro quanto fora dos campos, por meio do diálogo e da cooperação com os governos da região. A entidade reafirmou seu compromisso com a luta contra o racismo e destacou a importância de ações conjuntas para enfrentar o problema.

Participação brasileira

O Brasil esteve representado na reunião pelo embaixador José Marcondes, pelo ex-atacante Washington, presidente da Autoridade Pública de Governança do Futebol (APFUT), e por Luiz Felipe Jesus de Barros, chefe de gabinete da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A presença brasileira reforça a pressão por mudanças nas políticas da Conmebol e por punições mais rigorosas contra atos racistas.

Impacto e próximos passos

A reunião marca um passo importante na luta contra o racismo no futebol sul-americano, mas ainda há desafios significativos a serem enfrentados. Clubes e autoridades brasileiras continuam a cobrar ações mais efetivas da Conmebol, enquanto a entidade busca equilibrar as demandas dos países membros e implementar medidas que promovam a inclusão e o respeito no esporte.

A discussão sobre racismo nos estádios é um tema central para o futebol sul-americano e exige esforços contínuos de todos os envolvidos para garantir que o esporte seja um espaço de igualdade e respeito. A reunião em Luque representa um avanço, mas o sucesso das iniciativas dependerá da implementação prática das medidas debatidas.

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