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A crise política no Corinthians ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (10 de junho), quando a Justiça de São Paulo negou o pedido de liminar feito por aliados do presidente afastado Augusto Melo.
A ação buscava o afastamento de Romeu Tuma Júnior da presidência do Conselho Deliberativo e a destituição de Osmar Stabile do cargo de presidente interino do clube. A decisão foi proferida pela juíza Juliana Maria Maccari Gonçalves, da 5ª Vara Cível do Foro Regional do Tatuapé, e representa um revés para o grupo que tenta reconduzir Melo ao poder.
Entenda o pedido negado pela Justiça
A ação foi movida por quatro conselheiros: Mario Mello Júnior, Ronaldo Fernandez Tomé, Maria Ângela de Souza Ocampos e Peterson Ruan Aiello do Couto Ramos, todos aliados de Augusto Melo.
O grupo solicitava que a Justiça reconhecesse a vigência imediata de uma decisão da Comissão de Ética e Disciplina, datada de 9 de abril, que teria afastado Romeu Tuma Jr. da presidência do Conselho.
Com base nessa decisão, os conselheiros também pediam que Maria Ângela fosse empossada como presidente interina do Conselho e que Augusto Melo fosse reconduzido à presidência do clube.
Decisão judicial e fundamentos da juíza
A juíza Juliana Gonçalves indeferiu o pedido de liminar, alegando falta de provas inequívocas de que os documentos apresentados respeitavam o estatuto do clube. Ela também destacou a ausência do contraditório, já que o advogado de Tuma Jr. não foi notificado no processo disciplinar.
Segundo a magistrada, é necessário aguardar a manifestação dos réus e a produção de provas antes de qualquer decisão definitiva.
Tentativa de retomada do poder por Augusto Melo
No dia 31 de maio, Augusto Melo foi ao Parque São Jorge com aliados e tentou reassumir a presidência com base em um documento assinado por Maria Ângela, que se autointitulava presidente interina do Conselho.
O documento anulava todos os atos de Tuma desde abril, incluindo a votação que aprovou o impeachment de Melo no caso VaideBet. O presidente interino Osmar Stabile não reconheceu o documento e se recusou a deixar o cargo, mantendo-se no comando do clube.
Contexto do caso VaideBet e crise institucional
Augusto Melo foi afastado após denúncias de irregularidades no contrato de patrocínio com a empresa VaideBet, que envolvem suspeitas de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A investigação revelou que parte da comissão paga pelo Corinthians foi transferida para uma empresa ligada ao PCC, segundo relatório da Polícia Civil. Além de Melo, outros ex-dirigentes e intermediários foram indiciados, agravando a crise institucional no clube.
Próximos passos e julgamento do mérito
Apesar da negativa da liminar, o mérito da ação ainda será julgado, o que pode reabrir a discussão sobre a legalidade dos atos do Conselho e da presidência interina. A Assembleia Geral dos Sócios, marcada para 9 de agosto, será decisiva para referendar ou não o impeachment de Augusto Melo.
Caso o afastamento seja confirmado, o clube deverá convocar novas eleições para a presidência.
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