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Samir Xaud é eleito presidente da CBF e promete mudanças no futebol brasileiro

Foto: Rafael Ribeiro/CBF

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem um novo presidente. Samir Xaud, médico e empresário de 41 anos, foi eleito neste domingo (25 de maio) para comandar a entidade até 2029. O pleito ocorreu na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, e contou com a presença de 26 federações estaduais e 20 clubes.

Xaud foi candidato único e recebeu 103 votos, garantindo ampla maioria entre os eleitores. No entanto, a eleição foi marcada por um boicote de parte dos clubes das Séries A e B, que protestaram contra o modelo eleitoral da entidade, onde os votos das federações têm peso maior do que os dos clubes.

Discurso de Posse: reformulação do calendário e fair play financeiro

Em seu primeiro discurso como presidente da CBF, Samir Xaud destacou que sua gestão será marcada pela modernização da entidade e pela reorganização do futebol brasileiro. Entre as principais propostas apresentadas, estão:

  • Redução do número de datas dos campeonatos estaduais para 11 jogos, buscando evitar sobreposição com outras competições e garantir viabilidade técnica e econômica aos clubes.
  • Criação de um grupo de trabalho para discutir regras de fair play financeiro, com participação ativa de clubes, federações e especialistas.
  • Retomada do debate sobre a criação da liga nacional de clubes, com a CBF se colocando como mediadora para viabilizar o projeto.
  • Mais investimentos no futebol feminino, especialmente com a realização da Copa do Mundo de 2027 no Brasil.
  • Reconexão da Seleção Brasileira com a torcida, buscando resgatar a identidade nacional do time canarinho.

    “Essa será uma gestão marcada pela renovação das ideias e agregação de todos aqueles dispostos a contribuir pelo desenvolvimento pleno do esporte. Faço parte de um grupo que se uniu com um único propósito: construir uma nova CBF, moderna, participativa e comprometida com o desenvolvimento da indústria do futebol”, afirmou Xaud em seu discurso de posse.

Crise institucional e eleição antecipada

A eleição de Samir Xaud ocorreu em meio a uma crise institucional na CBF. O ex-presidente Ednaldo Rodrigues foi destituído do cargo pela Justiça do Rio de Janeiro, após a anulação da eleição de 2022, que o havia colocado no comando da entidade. A decisão judicial alegou irregularidades no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre a CBF e o Ministério Público do Rio de Janeiro, que teria permitido a reeleição de Ednaldo de forma irregular.

Com a saída de Ednaldo, a CBF passou por um período de intervenção, e a eleição foi antecipada para maio de 2025. O modelo eleitoral da entidade favoreceu a candidatura de Samir Xaud, que recebeu apoio de 25 das 27 federações estaduais e 10 clubes das Séries A e B.

Expectativas para a nova gestão

A chegada de Samir Xaud ao comando da CBF gera expectativas sobre possíveis mudanças na estrutura do futebol brasileiro. A proposta de redução dos estaduais e a criação de um sistema de fair play financeiro são medidas que podem impactar diretamente os clubes e competições nacionais.

Além disso, a relação da CBF com os clubes será um dos desafios da nova gestão, já que parte das equipes boicotou a eleição e reivindica maior participação nas decisões da entidade.

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