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Conselho fiscal do Corinthians aceita reanálise das contas de 2023 e 2024

Agência Corinthians

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O Conselho Fiscal do Corinthians decidiu, nesta quarta-feira (21 de maio), reavaliar as contas do clube referentes aos anos de 2023 e 2024, após solicitação da diretoria presidida por Augusto Melo. O mandatário alvinegro alega que herdou uma dívida não computada de R$ 191 milhões, oriunda de gestões anteriores, e busca ajustes nos balanços financeiros para refletir essa realidade.

Motivos da reanálise e impacto na gestão atual

A decisão do Conselho Fiscal foi tomada por unanimidade, conforme documento assinado pelo presidente do órgão, Haroldo José Dantas da Silva. No ofício enviado à diretoria executiva do clube, o Conselho afirma que irá reanalisar e deliberar sobre o Balanço Geral e Demonstração da Conta de Receita e Despesa dos exercícios de 2023 e 2024.

No entanto, há algumas condições para que essa reavaliação ocorra, incluindo a necessidade de que os demonstrativos financeiros sigam o mesmo padrão utilizado anteriormente e que os documentos que comprovem a reclassificação das despesas sejam enviados ao Conselho de Orientação (Cori) e ao Conselho Deliberativo.

Augusto Melo e sua diretoria alegam que a dívida de R$ 191 milhões não foi contabilizada pela gestão anterior, comandada por Duilio Monteiro Alves, e que, sem essa correção, o clube apresentaria um superávit de R$ 9,5 milhões em 2024, ao invés do déficit de R$ 181,7 milhões registrado no balanço.

Pressão nos bastidores e possível impeachment

A reanálise das contas ocorre em um momento de forte pressão política sobre Augusto Melo. O presidente do Corinthians enfrenta três pedidos de impeachment, sendo o mais avançado relacionado ao escândalo da VaideBet, que será votado pelo Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira (26 de maio). Caso a maioria dos conselheiros vote pela destituição do mandatário, ele será afastado do cargo até que haja uma nova assembleia geral dos sócios.

Além disso, a rejeição do balanço financeiro de 2024 pelo Conselho Deliberativo gerou um requerimento da Comissão de Justiça, solicitando o afastamento imediato de Augusto Melo por gestão temerária. O documento aponta descumprimentos estatutários e possíveis infrações à Lei Geral do Esporte e ao Profut.

Dívida do Corinthians e controvérsias financeiras

O Corinthians registrou uma receita recorde de R$ 1,115 bilhão em 2024, um aumento de 19% em relação a 2023, quando o clube arrecadou R$ 936,7 milhões. No entanto, a dívida alvinegra cresceu R$ 407 milhões, atingindo R$ 2,56 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhão da agremiação e R$ 668 milhões referentes ao financiamento da Neo Química Arena.

A diretoria de Augusto Melo argumenta que parte desse aumento se deve a dívidas antigas não lançadas nos balanços anteriores, incluindo processos judiciais, parcelamentos de impostos e débitos relacionados ao Profut. Caso o Conselho Fiscal comprove que o balanço da gestão Duilio impactou diretamente na dívida apresentada em 2024, o Cori poderá reavaliar o caso e, posteriormente, o Conselho Deliberativo votará pela reabertura ou não das contas.

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