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O Atlético-MG divulgou nesta sexta-feira (16 de maio) seu balanço financeiro referente ao ano de 2024, revelando um cenário preocupante. O clube registrou um prejuízo de R$ 299 milhões, enquanto sua dívida total saltou de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,8 bilhão, um aumento de mais de R$ 400 milhões em apenas um ano. Apesar do déficit, o Galo bateu recorde de receitas, alcançando R$ 674 milhões em faturamento bruto.
Investimentos no futebol e impacto na dívida
O relatório financeiro aponta que os principais fatores para o prejuízo foram os gastos elevados com o futebol e a dívida da SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Em 2024, o clube desembolsou R$ 333 milhões apenas com folha salarial.
Além disso, as dívidas bancárias seguem como o maior problema financeiro do Atlético, totalizando R$ 941 milhões, com juros e despesas financeiras elevando ainda mais o montante.
A dívida do clube é calculada somando os valores de curto prazo (pagamento em até um ano) e longo prazo (mais de um ano para pagamento), chegando a R$ 2,376 bilhões. Após abatimentos de receitas antecipadas e valores em caixa, o passivo líquido ficou em R$ 1,814 bilhão.
Arena MRV e superávit operacional
Apesar do prejuízo geral, o Atlético-MG registrou superávit operacional pela primeira vez em cinco anos, graças à Arena MRV. O estádio gerou R$ 88 milhões em receita ao longo de 33 jogos, com uma margem líquida de 71%, resultando em um lucro superior a R$ 66 milhões. A média de público foi de 35.237 torcedores por partida, consolidando a Arena como uma das principais fontes de receita do clube.
Dívidas com outros clubes e atrasos salariais
O Atlético-MG também enfrenta problemas com pagamentos de contratações. O clube foi acusado de não quitar parcelas de jogadores como Júnior Santos (Botafogo), Fausto Vera (Corinthians), Deyverson (Cuiabá), Natanael (Coritiba) e Cuello (Athletico-PR). O Corinthians acionou a Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) para cobrar valores pendentes, enquanto o Cuiabá já havia entrado na Justiça no ano passado.
Além disso, o clube atrasou um mês de salários em 2024, agravando ainda mais sua situação financeira.
Planejamento para redução da dívida
Quando o Atlético-MG se tornou SAF, a expectativa era de que a dívida fosse quitada até o final de 2026. No entanto, o planejamento foi alterado, e atualmente não há uma data definida para a quitação do passivo. A diretoria espera que, a partir de 2028, os números se estabilizem e comecem a cair.
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