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O Conselho Deliberativo do Corinthians marcou para o dia 26 de maio a retomada da votação do impeachment do presidente Augusto Melo. A decisão foi oficializada nesta terça-feira (13 de maio) pelo presidente do órgão, Romeu Tuma Júnior, que convocou os conselheiros para dar continuidade ao processo que havia sido suspenso em 20 de janeiro, por falta de tempo hábil para conclusão.
Sessão de janeiro e motivos da suspensão
A primeira tentativa de votação do impeachment ocorreu em 20 de janeiro, mas foi interrompida após intensos debates e dificuldades logísticas. Na ocasião, a admissibilidade do impeachment foi aprovada por uma margem apertada de 126 votos a favor e 114 contra, mas o afastamento definitivo de Augusto Melo não chegou a ser votado.
O processo acontece em meio às investigações do caso VaideBet, patrocinadora que firmou contrato com o Corinthians no início da gestão de Melo. A reprovação das contas de 2024 e a saída de diretores próximos ao presidente aumentaram a pressão sobre sua permanência no cargo.
Dinâmica da votação no dia 26
A sessão do dia 26 de maio terá dois momentos principais antes da votação. Primeiro, o presidente da Comissão de Ética e Disciplina do clube e Augusto Melo (ou um representante) terão direito a 30 minutos de fala cada. Em seguida, os conselheiros votarão, de forma secreta, utilizando cédulas de papel, para decidir se o presidente será afastado ou permanecerá no cargo.
Caso o impeachment seja aprovado, Augusto Melo será afastado imediatamente, e o vice-presidente Osmar Stabile assumirá temporariamente a presidência. Após essa etapa, Romeu Tuma Júnior terá cinco dias para convocar a Assembleia Geral dos sócios, que ocorrerá entre 30 e 60 dias após a marcação. Se os associados votarem contra o impeachment, Melo retornará ao cargo. Caso aprovem sua destituição, o Conselho Deliberativo elegerá um novo presidente para completar o mandato até dezembro de 2026.
Investigação do caso VaideBet e outros processos
O impeachment de Augusto Melo está diretamente ligado às investigações sobre o contrato de patrocínio firmado com a VaideBet, que envolveu o pagamento de R$ 25,2 milhões em comissão de intermediação para a empresa Rede Social Media Design, ligada a um ex-integrante da campanha de Melo à presidência. Parte desse valor teria sido repassado para uma empresa registrada em nome de uma mulher que não sabia da existência da companhia, levantando suspeitas de irregularidades.
Além do caso VaideBet, Augusto Melo enfrenta quatro processos de impeachment no Corinthians. Entre as acusações estão a reprovação das contas do clube, a falta de transparência financeira e a gestão temerária, conforme apontado por pareceres técnicos do Conselho Fiscal e do Conselho de Orientação e Fiscalização (CORI).
Mudança de postura das organizadas
Inicialmente, as torcidas organizadas do Corinthians, especialmente os Gaviões da Fiel, eram contrárias ao impeachment de Augusto Melo, defendendo que o processo só deveria ocorrer após a conclusão da investigação da Polícia Civil sobre o contrato com a VaideBet. No entanto, nas últimas semanas, os Gaviões mudaram de postura e passaram a não se opor abertamente ao afastamento do presidente.
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