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Allano, do Operário-PR, sofre ataques racistas nas redes sociais após denunciar injúria racial

Foto: Giovani Baccin/OFEC

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O atacante Allano, do Operário-PR, tem sido alvo de ataques racistas nas redes sociais desde que denunciou o meia Miguelito, do América-MG, por injúria racial durante a partida entre as equipes pela 6ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O jogador do Fantasma relatou ter sido chamado de “preto do c…” pelo adversário, o que levou à prisão em flagrante do boliviano logo após o jogo.

Reação de Allano e a denúncia

Após o episódio, Allano se manifestou publicamente, afirmando que não irá se calar diante do racismo. Em nota divulgada nas redes sociais, o atacante destacou que o futebol deveria ser um espaço de celebração, respeito e igualdade, mas que ainda enfrenta casos de discriminação.

“Ser ofendido pela cor da minha pele é algo doloroso, revoltante e, acima de tudo, inaceitável. Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez”, declarou.

A denúncia de Allano gerou grande repercussão e levou à suspensão preventiva de Miguelito pelo STJD, enquanto a investigação segue em andamento. No entanto, a exposição do caso também resultou em uma onda de ataques racistas contra o jogador do Operário-PR, com comentários ofensivos e emojis de macacos sendo publicados em suas redes sociais.

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Reprodução/Instagram

Ataques racistas e medidas de proteção

Diante da crescente hostilidade, Allano precisou restringir os comentários em suas redes sociais, permitindo apenas interações de pessoas que o seguem. Mesmo assim, algumas postagens continuam recebendo mensagens de cunho racista, muitas delas acompanhadas de frases de apoio a Miguelito, com usuários alegando que o jogador do América-MG foi injustiçado.

O Operário-PR repudiou os ataques e reforçou seu apoio ao atleta, destacando que seguirá acompanhando o caso e prestando suporte jurídico e psicológico. A diretoria do clube também solicitou que as plataformas digitais tomem medidas contra os perfis que estão promovendo discursos de ódio.

Repercussão e combate ao racismo no futebol

O caso de Allano reacende o debate sobre o racismo no futebol brasileiro, que tem registrado um aumento preocupante de denúncias nos últimos anos. Em 2024, o Observatório da Discriminação Racial no Futebol contabilizou 162 ocorrências, sendo a maioria delas envolvendo torcedores, mas também com casos de jogadores e membros de comissão técnica.

A CBF e o STJD têm reforçado protocolos antirracismo, mas especialistas apontam que as punições ainda são brandas e que há necessidade de medidas mais severas para coibir esse tipo de crime. O episódio envolvendo Allano e Miguelito pode ser um marco para novas discussões sobre sanções mais rígidas e ações educativas dentro do futebol.

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