Compartilhe
O meia Miguelito, do América-MG, foi preso em flagrante após ser acusado de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR, durante a partida entre as equipes pela 6ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. O caso ocorreu no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa (PR), e levou à interrupção do jogo por cerca de 15 minutos, seguindo o protocolo antirracismo da FIFA e da CBF.
O momento da denúncia e a paralisação do jogo
Aos 30 minutos do primeiro tempo, Allano relatou ao árbitro Alisson Sidnei Furtado que havia sido alvo de uma ofensa racista por parte de Miguelito. O árbitro seguiu o protocolo oficial, cruzando os braços em “X” na altura do peito para sinalizar a interrupção do jogo. A partida ficou paralisada enquanto os jogadores discutiam o ocorrido e a arbitragem tentava verificar imagens que pudessem comprovar a denúncia.
A confusão se estendeu para as arquibancadas, onde torcedores do Operário demonstraram indignação e arremessaram objetos em direção ao banco de reservas do América-MG. Um torcedor foi identificado e retirado do estádio pela Polícia Militar.
Reação dos clubes e consequências
O Operário-PR divulgou uma nota oficial lamentando a continuidade da partida sem modificações e afirmou que está buscando imagens que confirmem a alegação de Allano. O clube também garantiu apoio ao jogador e reforçou seu compromisso contra o racismo.
Já o América-MG negou as acusações e classificou a denúncia como infundada. Em comunicado, o clube afirmou que Miguelito sempre demonstrou conduta ética e respeito dentro de campo. No entanto, a Polícia Civil do Paraná considerou os depoimentos suficientes para a prisão em flagrante do jogador.
Veja a íntegra da nota do América-MG sobre o ocorrido
O América FC ,fiel à sua história centenária e aos princípios que a sustentam, vem a público prestar esclarecimentos e manifestar total solidariedade ao atleta Miguel Ángel Terceros Acuña, diante de acusações infundadas que tentam associar seu nome a conduta de cunho racista.
Após criteriosa apuração interna e análise dos fatos disponíveis, não foi identificada qualquer atitude, gesto ou declaração do jogador que possa, sob qualquer ângulo, ser interpretada como discriminatória. Ao contrário, Miguel Terceros sempre demonstrou conduta ética, respeito e espírito esportivo, sendo amplamente reconhecido no clube por seu profissionalismo e integridade.
O América FC reafirma, de forma enfática, seu compromisso inegociável com a igualdade, o respeito à dignidade humana e o combate a toda e qualquer forma de preconceito. Repudiamos qualquer tentativa de imputar condutas incompatíveis com esses valores a nossos atletas e colaboradores — ainda mais quando desprovidas de qualquer respaldo nos fatos.
Seguiremos firmes na defesa dos princípios que norteiam nossa instituição e na preservação da honra de todos que constroem, com dedicação e respeito, um futebol mais justo, inclusivo e humano.
Resultado da partida e próximos passos
Após a retomada do jogo, o Operário-PR venceu por 1 a 0, com um gol de Boschilia. Com o resultado, o time paranaense subiu para a 14ª colocação, enquanto o América-MG estacionou na 10ª posição.
O caso de injúria racial foi registrado na súmula da partida, e a CBF pode abrir uma investigação para apurar os fatos.
Se comprovada a denúncia, Miguelito vai permanecer custodiado até a realização da audiência de custódia; pena máxima prevista para o crime é de 5 (cinco) anos de reclusão.
Publicar comentário