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Reprovação de contas aumenta risco de impeachment de Augusto Melo no Corinthians

Reprodução/Instagram/Augusto Melo Oficial

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O Corinthians vive um momento de intensa turbulência política e financeira. A reprovação das contas referentes ao ano de 2024, primeiro da gestão de Augusto Melo, pelo Conselho Deliberativo, acendeu um alerta vermelho no Parque São Jorge.

Com um passivo que cresceu R$ 829 milhões em apenas um ano, a pressão sobre o presidente do clube aumentou significativamente, trazendo à tona o risco de impeachment.

O cenário financeiro e a reprovação das contas

Em reunião realizada na última segunda-feira (28), o Conselho Deliberativo do Corinthians votou pela reprovação das contas de 2024, com 130 votos contrários, 73 favoráveis e seis abstenções. O parecer do Conselho de Orientação (Cori) foi decisivo para o resultado, apontando irregularidades e falta de transparência na gestão financeira.

Entre os problemas destacados estão a ausência de balancetes mensais, a não apresentação de contratos importantes, como o do jogador Memphis Depay, e gastos elevados com cartões corporativos, que somaram R$ 4,8 milhões até junho de 2024.

Além disso, o Cori identificou ajustes gerenciais no valor de R$ 192 milhões, que não foram devidamente explicados, e criticou a falta de clareza em contratos com prestadores de serviços. O passivo total do clube atingiu R$ 2,5 bilhões, superando os R$ 600 milhões apresentados pela diretoria no balanço financeiro.

O mpacto político e o risco de impeachment

A reprovação das contas não apenas expôs a fragilidade financeira do Corinthians, mas também colocou Augusto Melo em uma posição política delicada. O estatuto do clube prevê que a reprovação do balanço financeiro pode ser motivo para abertura de processo de impeachment, especialmente se for constatada gestão temerária ou irregular. Além disso, a Lei Geral do Esporte reforça a possibilidade de destituição de dirigentes em casos de má gestão, sem a necessidade de aprovação interna do Conselho Deliberativo.

Desde o final de 2024, Augusto Melo já enfrentava um pedido de impeachment, que foi suspenso antes de ser votado. Agora, com a reprovação das contas, o processo ganha força e pode ser retomado a qualquer momento.

O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr., afirmou que analisará a situação com base no estatuto do clube e na legislação esportiva para decidir os próximos passos.

A defesa de Augusto Melo

Diante da crise, Augusto Melo prometeu se defender na Comissão de Ética e contestou os números apresentados pelo Cori. Em declarações à imprensa, o presidente afirmou que a gestão herdou dívidas significativas da administração anterior e que está trabalhando para equilibrar as finanças do clube. No entanto, a falta de transparência e as irregularidades apontadas pelo Conselho dificultam sua posição.

A demissão do diretor financeiro Pedro Silveira, que alegou problemas de saúde, também complicou a situação de Augusto Melo. A saída de Silveira foi vista como um reflexo da instabilidade interna e da pressão enfrentada pela atual gestão.

O Futuro do Corinthians

A crise financeira e política no Corinthians levanta preocupações sobre o futuro do clube. A reprovação das contas e o risco de impeachment de Augusto Melo colocam em xeque a capacidade da atual gestão de conduzir o clube em um momento tão delicado. Além disso, a falta de transparência e as irregularidades apontadas pelo Cori podem afetar a credibilidade do clube junto a patrocinadores, investidores e torcedores.

Especialistas apontam que o Corinthians precisa de uma gestão eficiente e transparente para superar a crise e garantir sua sustentabilidade a longo prazo. Com a possibilidade de impeachment no horizonte, o futuro de Augusto Melo como presidente do Corinthians é incerto.

A pressão por mudanças é grande e a torcida, conhecida por sua paixão e exigência, deve desempenhar um papel importante na cobrança por responsabilidade e resultados.

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