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O clássico entre Palmeiras e Corinthians, disputado no último sábado (12), pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro 2025, ganhou novos desdobramentos nesta terça-feira (15).
O árbitro Rafael Rodrigo Klein, responsável pela partida, incluiu em adendo à súmula oficial relatos de ofensas homofóbicas direcionadas ao atacante Ángel Romero, do Corinthians, por parte da torcida palmeirense. O episódio ocorreu durante o aquecimento das equipes na Arena Barueri, antes do início do jogo, que terminou com vitória do Palmeiras por 2 a 0.
O relato do árbitro e a repercussão
No documento divulgado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Klein afirmou ter tomado conhecimento das ofensas apenas no dia seguinte à partida, por meio da imprensa.
“Informo que tivemos conhecimento, no dia após a partida, por meio da imprensa, de um fato ocorrido durante o aquecimento das equipes, no qual a torcida do Palmeiras entoou cantos homofóbicos em direção ao atleta Ángel Rodrigo Romero Villamayor, da equipe do Corinthians”, escreveu o árbitro.
Klein destacou que, no momento do ocorrido, a equipe de arbitragem estava no vestiário e não recebeu qualquer relato do jogador ou da equipe visitante antes, durante ou após o jogo. O atacante Romero, alvo das ofensas, respondeu com uma provocação, simulando o levantamento de um troféu, em alusão ao título conquistado pelo Corinthians sobre o Palmeiras no Campeonato Paulista deste ano.
A posição do Palmeiras e a denúncia ao STJD
Após o episódio, o Palmeiras emitiu uma nota oficial repudiando as ofensas homofóbicas e reafirmando seu compromisso com o combate à discriminação.
“O Palmeiras repudia toda e qualquer forma de preconceito e, como é de conhecimento público, segue comprometido com o combate à discriminação”, declarou o clube.
O coletivo Fiel LGBT, formado por torcedores do Corinthians, protocolou uma denúncia formal ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra o Palmeiras. A denúncia cita o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que prevê penalidades em casos de discriminação por etnia, raça, cor, sexo, idade ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
As sanções podem incluir multas de até R$ 100 mil, perda de pontos e até mesmo perda de mando de campo.
O papel do futebol no combate ao preconceito
O episódio envolvendo Romero e a torcida do Palmeiras reacende debates sobre o papel do futebol no combate ao preconceito e à discriminação. Apesar dos avanços na implementação de campanhas educativas e na utilização de tecnologias como o VAR para coibir comportamentos inadequados, casos como este mostram que ainda há muito a ser feito para promover um ambiente mais inclusivo nos estádios.
A inclusão do relato na súmula oficial é um passo importante para dar visibilidade ao problema e reforçar a necessidade de ações concretas por parte das entidades responsáveis.
A expectativa é que o STJD analise a denúncia e tome medidas que sirvam como exemplo para evitar novos episódios de preconceito no futebol brasileiro.
Próximos passos
Enquanto o caso segue em análise, o Corinthians volta a campo nesta quarta-feira (16), contra o Fluminense, pela quarta rodada do Brasileirão, na Neo Química Arena.
Já o Palmeiras enfrenta o Internacional no mesmo dia, no Beira-Rio. Ambos os clubes buscam manter o foco na competição, mas o episódio envolvendo Romero certamente continuará repercutindo nos bastidores.
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